O primeiro
passo é dado
Suave e
acanhado
As mãos
flutuam
Brincam por
entre estruturas de porcelana
Sobre vigas
e sobre curvas
O ar parado
em meio a um cenário pastel
O sentimento
de compreensão
O fim que
nunca chega, o círculo perfeito
O movimento
perfeito
A música que
acelera delicadamente
As mãos
abraçam os cilindros
As crinas
frias tocam a pele quente
Nesse
momento noto as marcas
Que o
reflexo da porcelana e a cor do sol escondem
As marcas e
as lascas que o tempo forçou
Imperiosamente
contra o esmalte salmão
De longe é
tão fácil não compreender
Que aquele
movimento indolente
Que aquela
estrutura que paira no imaginário
Usa de toda
força que tem para seguir girando
É tão fácil
pensar que não há uma máquina
Um mecanismo
por trás de cada gesto
Mas há,
assim como marcas há
Sorrisos e
gritos de viva!
Eu também
quero.
E eu passeio
as minhas mãos bandeirantes
Cerrando
toda luz
Pelos sulcos
da tua pele de vidro
Pela
aspereza das tuas lascas
Não sinto
tontura mais, me acostumei às voltas
E em um
movimento lánguido, meus braços envolvem
E amparam o
teu gélido pescoço
Minhas mãos
se encontram, e entre elas
A beleza já
tocada, as lascas de esmalte e o marfim
Enfim, pra
mim, em mim até o fim?
Quanto
durará essa valsa?
Nem sinto o
tempo passar mais.
Que dirá
planejar
De onde
parte, e onde o circulo me deixará.
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