sexta-feira, 26 de setembro de 2014

A ruína de Atlântida

Eu te amei Helena
Mais do que todos os deuses juntos
E eu lutei por ti
Não discerni lua
Muito menos o sol
No campo de batalha
Defendi tuas cores
E honrei os teus amores
Mas quando me disseste
Do alto da tua confiança
E em companhia dos teus belos
Porém arrogantes generais
Que almejava invadir Athenas
Eu lhe pedi, prostrado aos seus pés
Que não o fizesse
E esperei
Durante quatro noites inteiras
Sozinho, em frente ao teu palácio
Que ouvisse o meu aviso
Mas o teu desejo te cegou
Pequena rainha
A voz que saia dos teus lábios não era mais tua
E enfim cedi
A todas as vozes que ouvia de ti
Teu exército partiu
Vestindo cetim azul eles refulgiram ao sol
Uma última vez rumaram a Athenas
E de lá não retornaram
Quando você
Minha rainha
Se arrependeu do seu intento
As tropas já circundavam seu palácio
E nada mais eu
Sozinho como estive durante as quatro noites
Pude fazer
A sua beleza
Por fim permaneceu imortal
Porém escondida
No fundo do oceano
Sua cidade, seus amores
Assim como todas as suas certezas
Soterradas por um mar de enganos

2 comentários:

  1. que post maravilhoso, tremendas palavras. no meu caso tiveram um impacto muito grande, porque todos nós sempre estamos em momentos que perdemos a razão, por mais que tudo nos leve a ver as razões que pode-se não dá certo, tentamos seguir um caminho que leva ao céu, mesmo provando o gosto amargo do doce fél da pessoa amada. lindas palavras caro amigo. costumo vê poemas como esse como a admiração de um quadro, que por sua vez possui a interpretação que desejamos.
    gislei.com

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    1. Gislei, fico muito feliz com o comentário. Realmente, os poemas são como prismas que ao iluminarmos eles com a nossa luz, reproduzem diferentes cromas. Bom que consigamos transformar a experiência da dor em algo positivo, ou mesmo em uma epopéia não? Siga em contato :)

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