Estava em um auditório vazio
Que apesar de ter na sua capacidade
Todo um mundo
Se contavam no máximo 50 pessoas
A moça no palco pega o microfone e fala
- Quem aqui já deu um desenho a alguém?
Ninguém levantou a mão
Então, eu levantei
Levantei como um manifesto
Mas também como uma representação
Levantei a mão para representar o amor puro
O amor que não espera e nem cria expectativas
Sem preço, sem matéria, sem luxo e sem querer
Lembrei da menina de cabelos revoltos e pretos
Que sem um tostão, me presenteava com canções
Me presenteava com desenhos
Me dava fragmentos do seu coração
Me convidava a dançar
Que poema bobo né?
A realidade é boba
E a perspectiva de achar alguma razão
Ou ter algum controle, é digna de riso.
O quanto eu daria por mais um desenho eu não sei.
Esse valor não cabe em cifras.
Mas precificaria a minha vida, facilmente.
Impagável é a minha patetice.
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